Sexta-feira (ou devo ser pedante e falar que é sabado?) à noite e, depois de um litro e meio de cerveja, todas as questoes da vida se tornam nao só mais fáceis de ser discutidas, como também mais claras. Ou nao. Há certas coisas que, nao importa o quanto sejam pensadas e repensadas, nunca terao exatamente uma solucao, um esclarecimento.
Sao assim os ditos "assuntos do coracao". Nada como algumas cervejas e horas no telefone com uma super amiga para despertar certos assuntos escondidos. Passando por memórias dos tempos de escola, Friends (embora eu ache que desta vez nós nao tenhamos chegado aos comentários sobre séries) e outras coisas de menos importância, eis que chegamos à parte afetiva da vida.
O álcool entorpece, isso é verdade. Nao só a boca fica extremamente articulada: o cérebro nao parece exatamente captar a distincao entre o que deve e nao deve ser dito. Tudo bem, as coisas ficam entre amigos. O difícil é saber que você finalmente admitiu pra você mesma certas coisas. De repente você percebe que se tornou exatamente a pessoa da qual sempre debochou. De repente você é um ser digno de pena. Ou alguém medíocre. Ok, ainda nao me considero medíocre, mas inegavelmente já reconheci que nao sou a mesma pessoa, aquela que leva o orgulho às ultimas conseqüências.
Lembramos de coisas passadas, nao há tanto tempo, é verdade, mas ainda ainda assim passadas. Terao aqueles momentos pertencido única e exclusivamente àquela época? Será aquele um tempo que nunca voltará? But, hey, "always look on the bright side of life"!
Eu tento seguir a filosofia do Monty Python, trilha sonora desta conversa. Se for assim, devo pensar que pelo menos mudei algo, que já nao sou tao orgulhosa à ponto de me declarar independente de qualquer pessoa ou sentimento. Mas eu olho para outro lado bom da vida: pelo menos eu passei por tudo isso.